segunda-feira, 30 de junho de 2008

Quando chegares… Droga!


Quando chegares até mim, já eu estarei num estado de alucinação, carregado de alucinogénos. Estarei embarcado numa viagem pintada de espaços próprios, meus, num tempo de um passado, de um agora que é esta continuação por um mundo de luzes, cores e sons.
Quando chegares vais encontrar-me no meio da pista, envolvido no meu silêncio remexido, adocicado da música alta que estará a tocar no momento. Não repares no meu olhar, nem esperes que te diga algo, estarei demasiado embrenhado no meu sussurro drogado.
Quando chegares, junta-te a mim! Vem experimentar esta nova sensação de estar não estando. Vem colocar-te onde muitos estão diariamente. Vem tocar ao de leve, este colóquio sobre o caminho momentâneo. Vem sentar-te nos meus braços e abraçar-me para sempre, como se a fome no mundo não importasse realmente!
Quando chegares… Não interessa o tempo que levas, só pretendo ver o que trazes. As horas agora já não têm relevância e apenas pretendo pernoitar para lá do imaginário, para longe das montanhas de gelo, para dentro de uma nuvem que não existe. Deixa este momento prolongar-se. Deixa de pensar e deixa-te levar.
Droga! Já é de manhã! E que importa? Coloco os óculos de sol e contínuo a marchar por entre flores de alcatrão. Deito-me em ondas de sujidade e nem reparo se sujo as calças amarelas, as coisas deixaram de ser significantes para ganharem uma insignificância perturbadora. Amanhã penso nas dúvidas existenciais! Por agora quero continuar de pé a receber o calor no meu corpo, a olhar em redor e não perceber a realidade. Pego na minha mão e volto a enchê-la de droga… ainda não chega!

domingo, 22 de junho de 2008

Rever-me


Chegamos a momentos na vida em que temos de olhar para dentro de nós afim de tentar perceber se ainda nos conhecemos. Se as opções que tomamos e que estão presentes hoje, continuam a fazer sentido e se nos preenchem. Hoje é o dia! Hoje, amanhã, e até conseguir perceber-me novamente.
Quero prosseguir com a consciência tranquila e preenchida de uma razão que pode não ser absoluta, mas que é real no momento! Quero andar de costas despidas de pesos invisíveis. Alongar as horas perdidas na rua por prazer e não por medo de regressar a casa, aquela consciência tão carregada de segredos e complicações. Pretendo amadurecer todas as arestas que em mim existem, ainda mais! Agora é chegada a altura certa para me sentar na poltrona da vida e guardar os cadernos de receios. Limpar o pó que vejo agora existir nos armários da sala. Ligar a televisão e relaxar. Pôr os pés no chão e respirar.
Basta de escritas sobre amores impossíveis, desilusões que vão constantemente existir, sobre marés que rebentam bem na minha cara. Vou rir e sorrir! Alegrar-me por viver. Viver e celebrar! Apreciar os alicerces que construí para mim próprio e continuar a prolongar o meu património pessoal. Vou abrir as mãos e sentir o sol quente no meu corpo. Deitar-me despido na areia e deixar o mar invadir a minha pele. Quero molhar-me de tudo e de todos!
Volto e revejo-me! Sossego o consciente e levanto-me! Já ninguém me para, já não há lágrimas a escorrer no meu rosto, já nada me diz nada e sou eu agora o meu próprio substituto do amor. Toco-me e sei que passei na inspecção a que me propus… Um dia voltarei aqui, depois de voltar a encher o saco da paciência!

domingo, 15 de junho de 2008

"Skin"


"Do I know you from somewhere?
Why do you leave me wanting more?
Why do all the things I say,
Sound like the stupid things I've said before?

(Put your hand on my skin)

Kiss me, I'm dying.
Put your hand on my skin!
I close my eyes...
I need to make a connection.
I'm walking on a thin line
I close my eyes.
Touch me, I'm trying.
To see inside of your soul...
I've got this thing.
I want to make a correction.
I'm not like this all the time!
You've got this thing...

Kiss me, I'm dying!
Put your hand on my skin.
I close my eyes
I need to have your protection
I close my eyes

(Kiss, kiss, kiss me)

Kiss me, I'm dying.
Touch me, I'm trying,
I'm not like this all the time!
Put your hand on my skin...

Touch me, I'm trying,
Put your hand on my skin.
I'm not like this all the time!"
Leonard, Madonna.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sexta-Feira 13!


E eis que chega mais um dia… mas desta vez, um outro dia, aquele que nos chega diferente! É aquele que vem depois da folia do arco na mão. Da sardinha e do vinho pela noite dentro. Das marchas e dos seus marchantes tão afinados e que vão com Lisboa. Das autênticas romarias dos que se juntam à festa! E em cada recanto da cidade é possível sentir o perfume de manjerico que vai de mão em mão.
Hoje cansados, de pernas doridas e apenas a querer descanso, deparamo-nos com aquele dia que a grande maioria detesta. A sexta-feira 13! Envolta de mistérios, medos e superstições, este é aquele dia em que todos ficam mais preocupados em não ver um gato preto, passar debaixo de uma escada ou partir um espelho. Parece que hoje, as pessoas entram numa realidade diferente e vivem num mundo em que qualquer passo tem de ser medido. Claro que aqui já entrou o exagero há muito, mas não deixa de todo de ser verdade para alguns, menos positivos.
E por entre cigarros, lá vai o dia chegando ao fim, e… Como em outro qualquer, nada de trágico aconteceu! Bebeu-se café, trabalhou-se por entre conversas, ainda se sentiu o sol na pele. E o azar? Esse nem bateu à porta! Acho que hoje tínhamos uma boa desculpa para não fazer nenhum, para além do feriado claro. É que isto dos azares, é preciso cuidado…!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Quando não estás aqui


Quando não estás aqui, sinto que tudo o resto pode eventualmente fazer sentido, mas em vão. Consigo encontrar desculpas para o que digo e faço, mas por dentro sinto que é tudo esfarrapado, demasiado artificial. Deixo de me entender e dou por mim em situações que não me encaixam nas fórmulas que vêm nos livros. E aqui, quando não estás, perco-me a dar formas às nuvens que pincelam o céu.
Iludo-me nas entrelinhas que não consigo ler e passo a página para ajudar o tempo a passar, na esperança de conseguir encontrar resposta para tudo! Mas não entendo que as respostas muitas vezes são mais lentas que as dúvidas, e tudo o que me resta é esperar… ou mais sabiamente, permanecer na página, a ponto de resolver todos os exercícios.
Quando não estás aqui. Bolas! Sinto-me desvanecer, vejo o quão fraco ainda posso ser. Um medo que desconhecia possuir por recear estar sozinho e voltar à estaca zero, misturado com a coragem de quem quer destruir todas as teorias envoltas na minha reacção quase que impulsiva, no que respeita à paixão! E o que sou? Árvore carregada de frutos, de raiz bem presa à terra, mas que já não sabe como reagir às atrocidades meteorológicas. E o que fazer a tanto ramo?

sábado, 7 de junho de 2008

Saiu para a rua


O despertador toca na hora previamente estipulada. Permanece assim, em euforia, durante alguns segundos. Uma melodia irritante e estridente. Vai vibrando para lá das paredes do quarto, acabando por despertar os demais à sua volta. Mas eu… fico por aqui, no sossego da minha pouca vontade de me levantar. Desligo-o!
Viro-me para o outro lado, dentro dos lençóis que me aquecem e fazem desejar ficar ainda mais tempo no quente. Mas a criança insiste em levantar-me. Em silêncio agradeço, sem que esta perceba que me salvou novamente.
Abro a janela e respiro fundo. Uma inspiração que me enche com o ar da manhã. Há já muito que não nos encontrávamos, tu, e eu. Tu na minha pele, eu longe de ti. Coloco a mão na rua e tento perceber se devo ou não levar um casaco mais quente. Acho que está um dia de primavera que não o é.
Fecho a janela, volto para dentro, para dentro de mim, para a minha rotina diária. Os bons dias vão soando pela casa, e agora olho-me no espelho. Esta cara! Aquela cara que só me apetece modificar na maior parte dos dias, e que em outros até acho engraçada.
Um banho quente… Preparo o meu corpo com vestes previamente escolhidas e sinto-me bem. Acho que hoje estou bonito. Saiu de casa, uma vez mais sem qualquer motivação, no entanto, não consigo deixar de sorrir...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

"Wake up Alone"


"It's okay in the day I'm staying busy
Tied up in love so I don't have to wonder where is he
Got so sick of crying
So just lately
When I catch myself I do a 180
I stay up clean the house
At least I'm not drinking
Run around just so I don't have to think about thinking
That silent sense of content
That everyone gets
Just disappears soon as the sun sets
This face in my dreams sees in my guts
He floats me with dread
Soaked in soul
He swims in my eyes by the bed
Pour myself over him
Moon spilling in
And I wake up alone
If I was my heart
I'd rather be restless
The second I stop the sleep catches up and I'm breathless

This ache in my chest
As my day is done now
The dark covers me and I cannot run now
My blood running coldI stand before him
It's all I can do to assure him
When he comes to me
I drip for him tonight
Drowning in me we bathe under blue light


His face in my dreams sees in my guts
He floats me with dread
Soaked in soul
He swims in my eyes by the bed
Pour myself over him
Moon spilling in
And I wake up alone
And I wake up alone
And I wake up alone
And I wake up alone"
Amy Winehouse

A História repete-se


Desculpa se me perdi, se não soube lidar com toda a tragédia que em mim se instalou, e tentei, juro que tentei! Acreditei e senti tudo o que fui capaz… mas não consegui continuar, e a história repete-se. Talvez fique melhor, talvez pior, mas o tempo tudo cura e com ele virá a resposta.
Fui feliz, e talvez pela primeira vez tenha descoberto o que realmente é viver a dois, num composto químico cuja fórmula desconhecia até então! E no fundo, começo por te agradecer teres me dado algo novo, algo para contar. Agora, aqui fico jogado entre plataformas, tentando encontrar o caminho para a espera. E choro! Choro por não ter sido capaz de conseguir continuar a viajar no teu comboio. Por ter saído em pleno andamento quando já estava confortavelmente instalado e a apreciar a paisagem.
Nunca fiz ideia do que realmente sentias por mim, eras demasiado preso à tua maneira de ser cerrada e fechada, mas quero que saibas que nunca tive dúvidas! E isso arde-me o coração. Expulsar novamente um sentimento por não conseguir retribuir. Olho pela janela e já não interessa o que fora dela está, cá dentro fecho os olhos e tenho vontade de me esbofetear.
Não te digo adeus, prefiro um até já, porque sempre fui sincero, e no que diz respeito à nossa amizade, nunca te menti! Gosto de ti e quero manter-te presente! Não sei se agora, se depois, mas voltaremos a estar juntos e tudo isto não passará de uma memória, uma boa memória por me teres feito voltar a acreditar!
Não quero espezinhar demasiado tudo isto, porque para mim é apenas uma mudança, não um fim! A história contínua em mais páginas, novas, o que muda é o estatuto que damos às personagens!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Quando os trabalhos apertam!











Palavras para quê? Isto quando se querem as coisas para ontem, o corpo consegue encontrar realizações que o próprio humano desconhece!








Acho que as imagens falam por si...