sábado, 25 de abril de 2009

Quero Tanto!


Quero tanto que este sonho não termine nunca. Não acordar. Ter esta realidade feita fantasia para sempre presente. Ter-te e não te largar.
Quero tanto o teu sorriso no meu olhar. A tua mão na minha. O teu abraço no meu corpo. A tua respiração no meu pescoço. Os teus beijos... perdidos e intemporais. Os teus beijos repetidos vezes sem conta.
Quero tanto viajar. Viajarmos. Uma viagem. Várias. Quero tanto ir por aí contigo, sem destino, sem mapa, sem malas. Somente a segunda pessoa do plural, num mundo em que mais nada interessa para além da companhia!
Quero tanto brincadeiras. Ser criança, contigo. Quero tanto guerras na areia. Mandar-te água do mar e correres atrás de mim porque te molhei. Depois, cairmos os dois, molhados, e rirmos até não podermos controlar a respiração.
Quero tanto passeios. Ter-te ali ao meu lado. Passeios! Piqueniques num jardim. Silêncio. Natureza. Liberdade. Um silêncio que não é constrangedor.
Quero tanto ter saudades tuas após cinco segundos de ter estado contigo.
Quero tanto voltar atrás para me despedir num até já, novamente.
Quero tanto ver o nascer do sol contigo. Os dois e o dia a começar só para nós. Deitar-me na varanda, no telhado, no chão, não importa, e contar estrelas para te as dar todas. Infinitas só para ti!
Quero... Tanto!
Quero tanto conhecer todas as palavras para as usar para falar de ti.
Quero tanto ter-te!
Quero tanto fazer-te feliz.
Quero tanto ser capaz de tudo a que me proponho.
Quero tanto parar o tempo. Agarrar o agora, congelá-lo.
Quero tanto que não sei se não estou a ser demasiado ambicioso. Receio que não. Este tanto que posso querer, é todo o pouco que poderemos ser.
Quero tanto...
Quero tanto crescer ainda mais. Aprender contigo. O teu ensinamento. Aprendizagem. Dar tudo o que tenho, de bom, de mau. Receber todo o teu universo.
Quero tanto dias cinzentos e de chuva, nós, dentro do quarto, deitados lado-a-lado, num abrigo aconchegante e terno. Calor humano.
Quero tanto acordar ao teu flanco. Dar-te os bons dias depois de um boa noite dito ao teu ouvido.
Quero tanto sussurrar-te... Gosto de ti!
Quero tanto conversas perdidas nas horas. Temas ilimitados. Parvoíces várias.
Quero tanto mostrar-te o que és para mim, o que quero edificar entre nós.
Quero tanto pegar em ti e raptar-te. Surpreender-te. Surpresas! Quero tanto continuar a ter imaginação para te as fazer.
Quero tanto continuar a ter magia.
Quero tanto continuar a ser o que precisas.
Quero tanto continuar assim.
Quero tanto aventuras inumeráveis. Subir a montanhas, escalar e saltar. Ser radical e viver a mil. Quero tanto a sensação de ser livre, mesmo te tendo na minha vida e sendo teu.
Quero tanto que todos os momentos sejam únicos e especiais. Quero tanto que nunca exista monotonia nem rotinas hediondas.
Quero tanto continuar a escrever acerca de ti.
Quero tanto sabores variados, os dois à descoberta dos paladares. De novos odores, de novas culturas, de novos povos, de novas gentes e vidas.
Quero tanto que me envolvas no teu tecido de seda carmim e que não me soltes mais como se me tivesses cozido nele. Quero tanto que me ensines a ser corajoso como tu! Eu prometo que te adestro a minha bravura.
Quero tanto que me guardo num diário de futuro. Quero tanto que peço baixinho e uma coisa de cada vez. Quero tanto que chego a ser egoísta por tanto pedir.
E sabes o que quero mesmo?
Quero-te tanto...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Paradise


The clock says 9 am.
Gotta get out of bed,
Sunshine fills the room
And I'll be meeting him soon.
Deciding what to wear,
Mum's calling me from downstairs
Sayin it's a beautiful day.

When I get outside
See Jasmine and she says Hi.
Everyone's all smiles.
A day like this comes once in a while.
Walking down my street baskin in the summer heat
And feeling so good inside.

Everything's so perfect.
A beautiful seamless sin,
Summer breeze in the clear blue sky.
That's when I saw my guy!
So excited by the sight.
Take my hand so we can fly
To my paradise.

Now that your with me,
I see among the trees,
A glistening four way stream
Like something out of a dream.
Then you take my hand
And whisper it's a beautiful day.

I can hear the birds
Singing the most prettiest thing I've heard (la la la la la).
Makes me feel so free,
Escaping on their melody
And when your with me everything fits perfectly
And It makes me feel good inside.

Everything's so perfect.
A beautiful seamless sin,
Summer breeze in the clear blue sky (A clear blue sky).
That's when I saw my guy!
So excited by the sight (The sight).
Take my hand so we can fly
To my paradise.

I'll take you there,
And I'll whisk you away.

Come with me (Come with me)
Take my hand.
Fly with me (Fly with me)
Take my hand.

Feel so free
Just like a dream,
Come with me
I'll take you there.

Now, Everything is so perfect, so perfect.
A beautiful seamless sin,
Summer breeze in the clear blue sky.
That's when I saw my guy! (A crystal flowing stream)
So excited by the sight. (Like something out of a dream)
Take my hand so we can fly
I'll take you to my paradise.
I'll take you there. (to my paradise)
It's like a dream.
Come with me.
(To my paradise) To my paradise!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Abril e O Parabéns a Você!



















Abril é o quarto mês do calendário gregoriano e tem 30 dias. O seu nome deriva do Latim Aprilis, que significa abrir, numa referência à germinação das culturas. Outra hipótese sugere que Abril seja derivado de Aprus, o nome etrusco de Vénus, deusa do amor e da paixão. É por esta razão que surgiu a crença de que os amores nascidos em Abril são para sempre. Outra versão é que se relaciona com Afrodite, nome grego da deusa Vénus, que teria nascido de uma espuma do mar que, em grego antigo, se dizia "Abril".

1 de Abril - Dia da mentira e Dia do Humorismo;
2 de Abril - Dia Internacional do Livro Infanto-juvenil;
3 de Abril - Dia da Verdade e Dia do desporto Comunitário;
7 de Abril - Dia Mundial da Saúde e Dia da Luta contra o Fumo;
8 de Abril - Dia do Correio e Dia da Natação;
13 de Abril - Dia do Beijo, Dia dos Jovens, Dia do Office-Boy e Dia do Hino Nacional;
14 de Abril - Dia Internacional do Café;
18 de Abril - Dia Nacional do livro infantil e Dia do Amigo;
21 de Abril - Dia da Polícia Civil e Militar, Dia da Latinidade e Dia do Metalúrgico;
22 de Abril - Descobrimento do Brasil, Dia da Aviação de Caça e Dia Mundial do Planeta Terra;
23 de Abril - Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor;
25 de Abril - Dia da Revolução dos Cravos em Portugal;
27 de Abril - Dia da Empregada Doméstica;
28 de Abril - Dia da Educação e Dia da Sogra;
29 de Abril - Dia Internacional da Dança.


E Abril é também o mês do meu aniversário, que como todos já perceberam, é uma data especial para mim e que levo muito a sério! Em que me empenho para ser um dos melhores momentos do ano, tanto para mim, como para os meus amigos e familiares.
Bem sei que pode parecer egocentrismo, mas é a mais pura verdade, gosto da atenção que recebo neste dia. De ter os telemóveis entupidos de mensagens e chamadas para me darem os Parabéns. E até tenho um Raking para ver quem são os primeiros, os últimos, e quem se esqueceu!
Mas parvoíces internas à parte, este ano quis registar aqui também o meu aniversário, a data em que dois seres decidiram (ou não), que eu deveria fazer parte deste Mundo! Este ano são 23, para o ano os 24, e espero que muitos mais por aí fora!
E os meus votos pessoais passam por uma mensagem que recebi ontem à noite e que passo a citar:

"Espero que consigas o Homem e o emprego que tanto desejas, mas espero acima de tudo que encontres a Paz Interior e auto confiança!"

E é isto!
Mais um ano.
Mais uma mudança.
Mais de mim, numa composição intemporal.
Mais de vocês na minha vida!
Mais disto aqui, no agora!

Parabéns a você...

domingo, 19 de abril de 2009

Quero Perceber-te!


Explica-me como é possível não parar de pensar em ti?
Diz-me o que aconteceu naqueles breves momentos que tivemos juntos e que agora prolongamos em palavras ditas durante dias?
Quero perceber o que está a acontecer. Comigo. Contigo. Connosco. Quero uma razão lógica, quero mais certezas, não quero tantas dúvidas.
Quero perder este medo. Quero que me expliques o que pretendes de mim, se estou a confundir os sentimentos. Se vejo horizontes onde nada existe. Se estás aí por educação, se porque até sou uma boa companhia à distância, ou se existe algo mais.
Não quero deixar de ter o que está a acontecer agora, mas também não me quero magoar. Não quero pressas, quero ir devagar, quero gozar o início. Mas o começo de quê? De uma amizade? De uma paixão?
Responde-me! Diz-me o que sentes e o que está no teu coração! Não percebes que não consigo entender até que ponto posso estar a ser correspondido? E se já percebeste que posso vir a apaixonar-me por ti, para além deste corpo que possuímos hoje, porque não te afastas se nada queres? Ou queres e eu não percebo? Ou simplesmente somos uma amizade, importante, e nada mais? Nada sei...
Só sei que quero continuar a conhecer-te. Quero mais da tua essência, mais do teu mundo, mais de ti! Quero ficar cada vez mais encantado e fechar os olhos e pensar sempre em ti. Já imaginei tanto contigo que se te contasse irias tremer. Já te sonhei e já recordei esse mesmo sonho, e olha que raramente me lembro dos sonhos, aqueles que tenho ao dormir.
Mas tu não me respondes. Não me explicas o que pretendes. Continuo a não perceber-te, a não saber o que está a acontecer. Fico aqui à luz das velas esperando que venhas até mim. Que aceites os jantares que te quero dar, os cinemas que quero ver contigo, os mimos que quero trocar contigo, os sorrisos que quero provocar-te, a partilha que quero ter contigo!
E tudo o que quero é não provocar um afastamento. Não te quero assustar, não te quero longe. Quero-te perto, demasiado perto. Quero sentir o teu odor correr nos meus poros, o teu silêncio colado no meu burburinho! Quero acreditar que somos capazes se assim tiver de ser! Quero perceber-te para me compreender. Quero ter a certeza que posso acreditar no que me dizem. Preciso de saber que o que sei é verdade, que o que seremos será real, que tudo não passa de um sonho bom, e que sim, é agora o momento!
Profundo? Precipitado? Ansioso? Só não quero alimentar palavras e sentimentos. Só não quero ficar afogado na margem do rio, quando ainda tinha pé! Quero perceber-te e nadar sem receios...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

As máscaras também choram!


Pedaço de metal, papel ou porcelana. Objecto pesado, cruel e artificial. Trabalho de tempo, compostura cuidada, fingimento falsário! Uso diário, frequente, ordinário...
Bloco de teatro. Representação? Palco de rua, de vida, de personalidade. Duas faces? Ou uma que se enterrou por vitória de outra? Escondimento. Medo. Ou naturalidade? Guião escrito em papel de seda, palavras pensadas numa atitude de vidro.
Destapa-te! Reage verdadeiramente. Não temas, não sofras em silêncio. Sai da tua concha e parte o pedaço que usas na face. Não entendes que esse utensílio te cobre a alma e que não te deixa viver? Destrói-te e renasce.
Questiona-te. Valerá a pena? Consequências... Respira fundo e luta! Hoje és, um dia serás. Deixa de correr para o teu mundo por pensares que não és capaz de o encarar. Não percebes que é de ti próprio que foges e que tudo isso é medo de te enfrentares? Levanta os braços e grita! Liberta-te. Sorri e desfruta do que és. Haverá magia maior ou mais soberba do que a dádiva de viver sem mentiras? E eu sei, por vezes é mais complicado dizer que fazer. Mas somos compostos de matéria nobre, mais resistente que o aço, capazes de ultrapassar as maiores batalhas.
E se soluças como uma criança de cinco anos. Se ainda sonhas como um adolescente de catorze, porquê recusar a própria essência? Não te sintas amedrontado, a vitória suprema é a tua e estamos sempre a tempo. Porque as máscaras também choram, e não precisas de o fazer na solidão. Vergonha, personificadas!
Carnaval humano, distâncias internas de quilómetros. Cordas que prendem os movimentos, os pés cimentados num chão de lodo. Máscaras que se entristecem quando percebem que são apenas isso, disfarce usado, pesadelo permanente, morada temporária!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ele, o sem medo!


Lá ia ele na sua caminhada desengonçada e meio atrapalhada. De cesta numa mão, guarda-chuva na outra, não fosse os aguaceiros começarem a cair sem ele estar à espera e precisar de se proteger. Pelo caminho ia contando as pedras que deixava para trás e que o faziam tropeçar vezes sem conta. Olhava para si constantemente e via as marcas dessas quedas. Os arranhões, as feridas, as dores que por vezes ainda sentia ao caminhar. E o ardor!
Dias e dias a andar e nunca parava, nunca se cansava, nunca desistia. Dias em que sorria para as pessoas que estavam ali à sua passagem, outros em que simplesmente se deixava alimentar das próprias lágrimas que escorriam do seu terno olhar. No coração uma força avassaladora capaz de destruir a maior muralha jamais erguida.
Na sua cesta de verga, herdada da sua gentil e doce avó trazia fruta fresca, algumas sandes, uma toalha lavada, malmequeres que havia colhido no caminho, entre outros objectos arrumados em casa. Uma espécie de capuchinho vermelho dos tempos modernos, ali personificado numa figura masculina, porque nem sempre a história tem de ser como se é contada.
E no meio da distracção, lá insistia o lobo mau em cruzar o seu caminho. Um lobo perigoso e matreiro, de diversas caras e feitios, de traços mascarados de ternura, com interior de raposa ardilosa. Ele, na sua fortaleza aparente contornava-o, assim como as tais pedras constantes, e prosseguia o seu caminho.
Sem mapa ou coordenadas, a viagem desenrolava-se como um papiro antigo... Voltas íngremes, planícies de miragens, pântanos perigosos, savanas de segredos. Uma e outra volta, esta e outra estrada, cruzamentos e entroncamentos... Lá seguia ele viagem, de pés descalços, de tronco firme, com a sua cesta e o chapéu-de-chuva. Se o virem passar por aí, não se preocupem, acenem docemente, um sorriso sincero e ele far-vos-á felizes! Ele, o sem medo....

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Voo até...


Deito-me, fecho os olhos e respiro fundo. Por momentos vou para além de mim. Desloco-me para fora do meu corpo e consigo ver-me deitado, despido, vazio. A minha alma voa por ali mesmo, às voltas no meu quarto. Tenta ver-se ao espelho, mas é incapaz, falta-lhe o corpo morto na cama. Decido sair então. Liberdade!
As luzes apagadas, o mundo às escuras. Nem um movimento ou qualquer som ao meu redor. Estarei sozinho? Ou simplesmente me encerrei? Limito-me a ver passar o chão por baixo dos meus pés, não lhe toco mais. Sinto-me voar num compasso trémulo e a medo.
Como que numa viagem estranha e nova, vejo passar a cidade, as ruas, as árvores que não se movimentam por inexistência de vento. Um mundo que parou e dorme em uníssono. Vou até ao litoral e sigo em diante até um destino que ainda não percebo qual é.
Respondo a uma necessidade que não entendo porque existe, já. Sigo algo que não sei dizer porque está aqui. Sei apenas que sigo o instinto e deixo-me ir. Vou numa fantasia que agora não quero destruir, numa acreditação que não quero que deixe de ser real. Sigo uma linha ténue e que se vai construindo com a passagem dos dias. E deixo a palavra não exactamente onde está para não me sentar e cruzar os braços uma vez mais.
Ao chegar percebo onde estou, o que faço ali. Encho o peito de ar e entro. Sei que estou a ser um invasor, que entro em propriedade alheia, que não devia ali estar, mas é mais forte do que eu. Quero ver. Quero sentir. Explicar se sinto o que sinto ou se é apenas mais uma mentira em que quero acreditar por não querer estar só. Volto a fechar os olhos, e choro. É verdade.
Saiu rapidamente, fecho a janela delicadamente e volto para casa. Não posso voltar a fazê-lo. Só me resta aguardar e esperar que as respostas cheguem até mim. Anseio para que o tal não se transforme em um sim, também é a minha verdade!

sábado, 11 de abril de 2009

Inconsciência Consciente


Respiro fundo. Abro os braços e sinto o vento correr contra mim. Fecho os olhos e o aroma da terra abraça-me pela primeira vez. À minha volta o som encantado do natural arrefece o meu ser e deixo-me ir como uma nota em uma nova melodia. Não sinto medo. Perco os receios. Simples e devoto à entrega consciente do inconsciente.
Sento-me defronte ao habitantes deste pequeno mundo e não tremo. Não gemo. Não emito sons. Em silêncio conto até ao infinito! Abro os olhos e percebo. Não há nada a temer.
A rocha outrora rija e precária, amolece para mim, tornando-se na carícia mais suave que algum dia senti. O tacto desperta-se revoltado por ser a primeira vez que é tratado assim, com delicadeza, com suavidade, com respeito. Inspiro fundo e hei-lo! O odor da primavera. O cheiro puro da natureza. O aroma arrojado e adocicado que jamais havia experimentado.
Encaro o dia e despojo-me de tudo o que um dia foi. A confusão ficou no trânsito da poluição. E sou resgatado por uma entidade que desconheço o nome, por uma força que não conheço o credo, por uma fé que me consola e fornece confiança. Não mais criança. Não mais ingénuo. Jamais idiota! Quebra-se a cegueira, encontra-se o refúgio do divino!
E como poeira cósmica aqui estou, novamente. Ancorado no oceano do inconsciente. Afogado nos mártires de outrora como um refém numa guerra de ninguém! Sinto a vibração desconhecida e as palavras ardilosas deixam de ser confusas ou baralhadas. Já encontrei a chave da porta que nunca quis abrir!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sinto Falta!


Sinto falta...
Sinto falta de um abraço apertado. De me aninhar com delicadeza. Do toque de uma mão a percorrer a minha pele. De mimos e carícias perdidas no corpo.
Sinto falta do aconchego. De me deitar ao lado, bem perto. De sentir a respiração no meu pescoço. De um arrepio.
Sinto falta de atenção. Sinto falta de palavras. Sinto falta de dar e receber, de não precisar dizer, de silêncios que não são constrangedores.
Sinto falta de brincadeiras a dois. De cócegas e gargalhadas. De tonteiras e parvoíces, de me voltar a sentir adolescente. De partilhar o lanche e o brinquedo novo.
Sinto falta de sentir falta. De ter saudades passado cinco segundos de estar junto. De não falar noutra pessoa. De só pensar num nós. De fantasiar.
Sinto falta!
Sinto falta de um amigo. De um amante. De um confidente. Daquela pessoa que combina tudo num encaixe mágico e único. Sinto falta de ter. De ser. De haver. De poder. Sinto falta.
Sinto falta do sol a bater na cara num banco de jardim. Das estrelas no alto e eu contá-las todas só para as oferecer. Sinto falta de inventar poesia para a declamar. Sinto falta de inspiração. Sinto falta de amor e de o escrever.
Sinto falta de mim. Sinto falta das alegrias. Das tristezas. Das lágrimas a dois, dos sorrisos em segredo.
Sinto falta de viagens. De descobertas. De lugares só de dois. De fotografias. De cheiros e lembranças, de memórias e paladares. De momentos inesquecíveis. Sinto falta de sentir vontade de subir bem alto e gritar:
Eu estou apaixonado!!!
Sinto falta.
Sinto falta de beijos. Beijos no rosto, nas mãos, no pescoço, nas orelhas. Beijos! Sinto falta de beijar como se fosse a primeira vez. Ou como se fosse o último beijo.
Sinto falta de dar as mãos na praia. De correr atrás numa correria tonta. De mandar água numa tarde de verão. Sinto falta de correr descalço. De esconder e pregar partidas. Sinto falta de ser só um nós!
Sinto falta de apresentar. Sinto falta de contar. Sinto falta de corar. Sinto falta.
Sinto falta de já não saber. Sinto falta de ter e não perceber. Sinto falta de borboletas que nunca tive. Sinto falta de suores. Sinto falta de sufocos. Sinto falta, e porra, dói tanto esta falta!
Sinto falta.
Sinto falta de escorregar e cair. Sinto falta de lá estar para me levantar. Sinto falta de falar com entusiasmo. Sinto falta de bastar só um olhar. Sinto falta de um orgasmo! E não, não sinto falta de sexo! Sinto falta de amar até o sol nascer. Sinto falta de ser amado até o sol se pôr.
Sinto falta! Sinto falta de histórias. Sinto falta de desejos. Sinto falta da verdade!
Sinto falta de ter de uma vez as partículas que tive um dia, juntas numa só!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Bolo!?


Sou uma pessoa intuitiva por natureza. Consigo entender para além da cobertura do bolo, saborear o seu interior sem chegar a prová-lo, mas há determinadas circunstâncias em que fico baralhado e nem o olfacto me dá uma resposta. Tento ver, sem o meu olhar escuro e penetrante, mas nada, cegueira total!
Consigo deslindar as respostas que os outros procuram. Ser o pilar que precisam. Ter aquela palavra de conforto e apoio que necessitam, mas vivo neste eterno limbo de não me conseguir ajudar a mim próprio. Conheço todas as teorias, sei de cor todas as etapas, mas e a prática? Será que não consigo aplicar tanta teoria correctamente?
Queria explicar-me, mas não consigo! Só me revejo em pensamentos idiotas. Em julgamentos constantes em que sou eu o réu da minha própria acusação. Gostava de ser, mas não sou capaz. Gostava de não sentir demasiado. De poder dizer que não vivo as coisas com tamanha imensidão. Rasgo-me com vontade!
Porque é que dou tanta importância a pequenos actos? Porque é que penso demasiado em questões que nem deviam ser dúvidas? Porque é que esta palavra me está constantemente a assombrar? Porque...? Porque insisto em ver coisas que não existem? Porque é que me sinto retribuído quando a razão me diz que não há nada para além de um palavra?
E uma vez mais lá vou eu de dedo esticado, cheio de vontade de querer provar o bolo. Quem me manda a mim ser tão guloso? Será que não consigo esperar sentado à espera que o empregado me venha trazer uma fatia? Isto se tiver de trazer... Quando é que vou desistir de ser eu a provar o bolo para que me provem a mim? Mantenho já o guardanapo na mão, sei que vou ter de limpar a boca depois de tudo isto.

domingo, 5 de abril de 2009

Adrenalina Noctívaga


Adrenalina. Loucura revestida de uma leve camada de insensatez e substâncias químicas não recomendadas. Corpo já degradado. Mente perdida e revirada em olhos que vêem o caminho opaco. Uma espécie de licra de seda envolta entre nós. A música caótica, distorcida, agitada e agressiva. Todos gritam, todos se balançam, todos se tocam sem pudor.
O relógio já há muito que deu a badalada da meia-noite e no pico da madrugada, aqui estamos todos empenhados em razões atrozes e perceptíveis. Roçamos-nos numa orgia complexa e ordinária. De copos na mão, de cigarros nos pulmões, outros, de drogas nas narinas. Não importa o que fazemos. Ninguém se preocupa. Ninguém quer saber.
Por esta altura já ninguém sabe verdadeiramente o que quer dali. Beijos vadios roubados de um qualquer? Provocações esquizofrénicas impensadas? Ou simplesmente libertação do estado vegetativo do dia-a-dia? Preciso de molhar a cara, estou a suar.
Sinto tudo isto a ferver nas minhas veias. Já deixei de sentir o chão debaixo dos meus pés. E a minha mente que está constantemente em alerta vermelho. O que se passa aqui? O que aconteceu? Quem são estas pessoas? Só quero seduzir-me em frente ao espelho. Dançar para mim de forma obscena e desejar-me como nunca desejei. Não me toques! Não estou assim para ti, estou só para mim. Quero despir-me, tirar a roupa, gemer e pular, sair de dentro de mim.
As noites nunca são iguais, mas acho que nos últimos tempos têm tido muito em comum. Está tudo perdido na perdição da descoberta, e eu só quero agarrar-me e deixar-me ficar na assistência. Mas acho que já estou no palco à bastante tempo. As personagens estão directamente ligadas ao meu espírito e elas precisam de mim para se encaminharem. Quando vamos lá outra vez? Deixa-me tirar este novelo que tenho na garganta e depois logo se vê. Por agora, só quero música na minha casa. Não quero mais estar sozinho na noite!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Nada



Bolas! Sinto-me tão oco! Tão sem inspiração. Tão nada.
Só queria parar de deambular por esta casa e passar a mão por cima da mesa para tirar este pó! Sinto-me mais madeira que este roupeiro, mais bibelot que a gueixa tímida que está no móvel. Como um tapete onde todos limpam os pés antes de entrar, e ninguém me sacode. Ignorado.
Não quero parecer ingrato, sei que também sou uma espécie de Branca de Neve dos tempos modernos e que tenho os animais da floresta prontos para virem em meu auxílio. Mas acho que provei a maçã envenenada e estou num sono profundo, num pesadelo que não termina, e nenhum príncipe me vem beijar para me despertar!
E este estado que me faz sentir tão pequeno, tão partícula. Sei que sou apenas mais um grão de areia na imensidão deste universo, mas nunca tive tanto nojo de mim próprio, nunca desejei tanto explodir e renascer, alcançar o que tantos outros grãos possuem sem trabalho.
Entre tantas certezas que construi, agora já nada faz sentido. Deixei de me compreender, de perceber a raça humana. Está tão difícil de ler nas entrelinhas, deixar de ser um mero peão nos jogos dos outros. Se pelo menos algo me fizesse sorrir verdadeiramente. Se algo se mostrasse suficientemente verdadeiro para eu voltar a acreditar. Mas nada!
Sinto-me um tolo. Um parvo, um idiota até! Conseguir construir histórias a dois, surreais e vividas a um. Não consigo criá-las no papel, agora, mas insisto em vivê-las, numa esperança vã de se tornarem realidade. Sou tão ingénuo que chego a recriar a sua definição.
Tenho medo de me tornar amargo, de ficar cada vez mais frio e distante. De deixar de acreditar! A cada dia que passa esta descrença vai ficando mais forte e sinto-me a esvaziar , a deixar o meu coração correr com a maré, a ir desaguar longe de mim. E nada! Nada muda, nada acontece.
Continuo a ser o mesmo adolescente de 14 anos que ainda sonha que ele um dia virá montado no seu cavalo branco pronto para me salvar. Mas esquece, sabes perfeitamente que esse momento não te pertence. Rebento! E depois disso? Nada...