quarta-feira, 15 de julho de 2009

Até Breve!


Cegos!

Sacanas invisuais!
Ignorantes egocêntricos sedados pela sua esfera egoísta.
Porra, estou farto. Desisto. Não vale a pena. Para quê? Porquê? Como?

Parto sem data de retorno. Vou para onde os meus pés me levarem. Sigo numa tentativa frustrada de tentar remediar o pouco que sobrou do que sou! Casa que sofreu com as labaredas da humanidade que se tenta reconstruir agora.

Preciso de espaço.
De tempo.
De solidão.

Preciso de me voltar a encontrar, de voltar a reconhecer o meu nome.
Necessito de algo que ainda não sei o que é! Mas que anseio impaciente descobrir.

Um dia voltarei.
Um dia regressarei mais composto e refeito da derrota da vida.
Um dia...


Até breve!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Confusão Interna Eterna


O que se passa dentro da minha cabeça? Que confusão eterna entre o certo e o errado é esta que nunca me deixa agir? Sou tão vago que chego a ser parte do sinónimo desta palavra no dicionário. Este duelo sempiterno entre a razão e o coração, esta batalha interna que travo diariamente e que não me dá descanso um dia que seja. Porque é que quero sempre estragar tudo quando a totalidade do que existe é tão aparentemente benéfica para o meu ser? Porquê desistir de pintar um quadro que se começa a transformar numa bela peça de arte? Porque é que desisto? Porque é que tenho receio de continuar preferindo fugir e começar tudo outra vez? Porquê? Porquê estes porquês constantes e sufocantes? Acho que vou tatuar um ponto de interrogação no meu corpo, nada melhor para me definir do que este sinal de pontuação.
Há já muito que deixei de compreender porque é que existe esta diferença tão díspar entre o que quero e o que na realidade executo. Não entendo porque digo que almejo uma história de amor intensa, sincera, a verdadeira ascensão da palavra entrega, uma relação real e duradoura, e no final acabo por me distrair com o que se passa ao meu redor, desistindo de tentar, acabando por terminar entediado e sem vontade de permanecer forte e estável. O que se passa comigo? Não estarei preparado apesar de sentir que o que quero é mais certo do que o que faço? Ainda não aprendi a controlar-me? A lidar comigo? Ou será que sou mesmo assim e o desenlace é entregar-me à habituação desta perturbação psicológica? Preciso de respostas, soluções que nunca chegam, remédios que não se encontram à venda na farmácia!
E já nem sei em que estado me sinto. Se estou eufórico ou deprimido, feliz ou assoberbado por uma tristeza doentia. Só sei que não consigo deixar de me sentir inútil, lixo, um idiota daqueles sem ideias! Sei que já nada faz sentido e que sou uma garrafa a boiar no longo oceano. Cheia de turbilhões, com a rolha prestes a saltar, mas brilhante no exterior.
Tenho o hábito de mostrar o oposto do que sinto quando me sinto em baixo. Serei uma espécie de esquizofrénico mesmo não tendo rompido o contacto com o mundo exterior? Incoerente mental? Que sou? Que construi dentro de mim? Um monstro do sentir? Uma aberração que sente ferozmente mas passageiramente, ludibriando todos à sua volta com romances que na realidade não passam de mais um momento volútel? Que espécie de perversão é esta que não consigo controlar? Sinto-me colossal com tanto nojo! Confuso nesta imensidão pertubadora que se originou dentro de mim. Basta de arruinar sempre tudo!

sábado, 11 de julho de 2009

Vida Paralisada!

Sinto a minha vida paralisada!
Acabo de encontrar um novo fulgor, talvez uma novidade que precisava para me voltar a sentir vivo e desejado, mas será suficiente? As minhas pretensões são bem maiores e esta nova paixão que experiencio agora não me chega para me voltar a sentir.
Deus, se existe, deu-me asas para voar, mas parece que insiste em manter-me aprisionado a um lugar do qual quero sair desesperadamente. Se está lá em cima a comandar-me, como pode ser tão cego a ponto de ver que quero muito mais que estes horários trocados, esta cama que me acolhe de vez em quando, esta vida estagnada e cada vez mais idiota. Sentado, nada faz? Como pode ser tão insensível vendo-me chorar e nada fazer para me fornecer um sorriso? Não serei eu também merecedor?
Novamente esta noite de estrelas inalcançáveis da minha varanda, estas palavras que me fogem do silêncio, esta lua nova desaparecida, personificada no meu gracejo quase extinto. Até a minha sensibilidade sinto escapar pela porta de casa. Resignado, fumo outro cigarro enquanto esmago a aragem de verão contra a janela do meu quarto.
Paralisada. A minha vida.
Ando por aí a deambular. A viver um dia de cada vez. Tornam-se cada vez mais pesados e insustentáveis de suportar estes dias sem consistência ou qualquer matéria. Só quero desistir. A paciência dissipasse por entre a chuva que vai caindo durante a estação.
Só quero estar drogado. Isolar o meu pensamento numa caixa de Pandora, demasiado perigoso para libertar! O meu pensar obriga-me a exercer o poder de reflectir e eu não quero. Mecânico. Robótico. É o que pretendo. Tenho medo de que volte a tristeza até mim e de me sentir na podridão novamente.
Estou tão farto desta impotência! Desta batalha de solidão. Deste sôfrego que sinto no peito e que ninguém consegue arrancar. Até de chorar, de gritar a minha dor aqui, até disto tudo estou cansado. Parece que já nada vale a pena e que os sonhos de criança são somente isso, sonhos! E que agora a vida é apenas isto, sobreviver a mais um dia, ser o que nos dão e tentar fazer disso o melhor possível. Parece que sou obrigado a viver sem o que almejo para mim e construir tudo de forma diferente. Habituo-me à ideia de que não terei e de que serei um eterno mendigo à mercê das vontades dos que me dão migalhas de merda!
O que me vai acontecer a partir daqui? Como será o futuro? Não pretendo saber.
Embrulhei as esperanças em papel vegetal junto com as minhas lembranças de outrora, aquelas demasiado infantis e inocentes. Ficaram ali guardadas ou pé do meu retrato de quando ainda pensava que iria conseguir vencer e superar as minhas próprias expectativas! Tudo junto numa caixa de cartão debaixo do colchão.
Agora, sento-me neste mosaico frio e desisto. Acabou! Chega de esperar pelo que não vem. Não tenho mais nada para além de um copo meio cheio de vazio. Hoje durmo aqui no chão. Amanhã deixar-me-ei apenas levar. Irei por aí, sem objectivos, sem ideias, sem sonhos. Serei apenas eu e um vazio assombroso no olhar.
Uma vida estagnada!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Será por te ter aqui?


Não me interessa se as tradições me dizem que devo ir com calma e disfarçar o sentimento que tenho neste momento! Chego à conclusão de que ninguém sabe nada e de que os hábitos foram criados por quem tem medo de arriscar e viver. E eu cheguei ao limite dos terrores corrosivos. Deitei fora todos os meus receios mordazes e joguei-os pela janela. Sou hoje mais bravo e corajoso. Será por ter ter aqui?

Sinto-te como um refresco numa tarde de calor. Como uma pedra de gelo que me estala a pele seca. Uma espécie de respirar fundo iluminado de boa energia e carinho. Sinto-te como se te sentisse num eterno não contável.

Como podes ser tão certo quando tudo à minha volta está tão errado? Como podes dar um resultado tão bem calculado quando todas as contas que tenho estão desequilibradas e por recontar? Como podes já me ter dado mais que muitos que se passearam na minha vida por longo tempo? Como pode tudo isto estar a ser real e correspondido? Como? Como podes tu vestir-te por completo do que procuro desde sempre? Onde estavas? A deixar de ser um projecto para agora te apresentares nos meus braços como completo?

Os dias passaram a voar e ainda me sinto a tremer com tudo o que demos mutuamente. As minhas pernas vibram e não consigo deixar de pensar que amanhã irei acordar e descobrir que tudo não passou de um sonho para me dar mais alento na minha jornada feita auspiciosa neste momento. Fecho os olhos e ignoro tudo! Se um dia acabar, terei tanto por contar, tanto por relembrar, tanto que vou guardar nos meus diários por ter tido a oportunidade de ter sido feliz e de conhecer a verdadeira sensação da paixão! E que me esbofeteiem com palavras ardilosas de que estou a ser impulsivo. Reconheço que o fui no passado e que acabei por me magoar, mas porquê ficar reticente? Para evitar viver? Para me tornar amargo e desiludido? Não vou por aí, prefiro continuar a acreditar que um dia será o meu dia!

E não consigo evitar deixar de ter este sorriso parvo na cara. Deixar de ter saudades tuas quando apenas passaram minutos desde que estivemos juntos. Deixar de sentir o teu odor preso nas minhas narinas, as tuas gargalhadas na minha audição, os teus beijos perfeitos nos meus lábios e em todo o meu corpo. A suavidade da tua pele amaciada nas minhas mãos, o teu jeito único preso na minha visão. Será por te ter aqui que agora encaro os dias de forma diferente? Será que o amor nos muda fazendo com que tudo ganhe uma nova cor? Basta olhar-me ao espelho para perceber que sim... Será por te ter aqui que ainda te quero mais?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Perco-me


Olho o teu retrato nesta noite fria e não consigo deixar de sentir um ardor no peito demasiado feroz para ser suportável. Encaro o teu rosto com coragem e não controlo as lágrimas que vão caindo. Não sei o que me prende ainda ti. Se esta solidão tão vincada que me faz ter saudades do que um dia tivemos, se um sentimento que pensei ter deixado de existir, mas que afinal ainda sobrevive apesar de outros percursos, se algo que somente tu me consegues dar e que eu não encontro em mais ninguém.
Perco-me no vazio que tenho agora nas mãos, nas lembranças que guardo de ti, nos momentos passados, na nossa história que enche todo o meu corpo e que me faz viajar para além do presente. Perco-me nos porquês da vida, nas dúvidas eternas, nos pensamentos de mágoa e tristeza por tudo ter chegado ao fim e de te terem levado para longe de mim.
Não sei se o mais certo é lutar contra a minha vontade ou deixar-me ir numa bravura que desconheço ter ainda em mim. Não sei se é isto que realmente quero ou se será isto que devo fazer. Só queria voltar a ser feliz, contigo a meu lado ou com outro alguém que me conseguisse preencher este vazio que caminha juntamente com a minha sombra! E pergunto-me, se ainda pensas em mim, se ainda te lembras dos meus beijos, se é em mim que tu pensas quando estás nos braços dele. Se também ainda guardas no peito a chama que tivemos acesa um dia. Já apagada?
Suave. A tua pele tão suave. O teu cheiro tóxico e penetrante, demasiado sedutor para conseguir fugir. A tua voz, a tua voz tão reconfortante. O teu sorriso protector. O teu toque... O teu toque tão doce e gentil. E até, o teu silêncio! Sinto falta de tudo! Mesmo do que nunca tivemos e que sonhei um dia poder vir a ter. Não consigo deixar de escapar um pensamento utópico, em que nada disto é real e que o futuro já não se desenha contigo nele. Estarei a sonhar? A imaginar que ainda pode existir uma história para um conto que terminou? Perco-me. Em mim. Em ti. No que fomos.
Fecho o álbum de recordações e encosto a cabeça na almofada. Agora que enxuguei as lágrimas, vou adormecer. Quem sabe amanhã o tempo trará as respostas de que preciso, com a tua presença aqui ao meu lado dizendo-me que não sofro sozinho. E só queria despedir-me de ti num abraço profundo. Numa perdição perdida.