quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Já não...


Já não me imagino.
Já não sonho como outrora.
Já não sinto o meu odor, o paladar das minhas lágrimas que secaram.
Já não há nada, um vazio dentro de um todo que não consigo tocar.
Onde estou? Perdido dentro de mim. Baralhado neste ventre que eu próprio criei. Iludido? Ludibriado? Confuso… Supostamente um encontro comigo mesmo, um vislumbro de uma luz julgada extinta. Mas nada. Nada surge escrito no meu livro e prossigo descalço, novamente.
Já não é hora?
Já não é hora de por um momento algo estar resolvido?
Pode parecer que estou livre, mas continuo preso a esta teia pegajosa de dúvidas e insatisfações. De mágoas e contradições. De becos sem saídas e estradas sem sentido. Onde?
Onde sou?
Onde faço?
Onde quero?
O que quero? O que faço? O que sou? O quê, onde?
Já não… Já não encaixo as palavras no meu raciocínio, que quebrado já quase não existe. Já não encontro o que perdi, nem chego a perder porque nada há por despegar. Já não sinto a dor, a cruel e violenta.
Já não…
Hoje.
Quem sabe amanhã…

1 comentário:

Reu. disse...

Gostei da sinestesia...

Reu.