segunda-feira, 17 de março de 2008

Banca Rota


Perco-me a tentar preencher os espaços em branco em que vou tropeçando. Distraio-me infinitamente a tentar encher caixas de cartão cheias. E permaneço assim, para além da vida, para além das horas que não param para me verem na minha distracção.
Estou num ponto em que me sinto frio. Em que quero repelir todos à minha volta por duvidar de tudo. Quero um nada que vale tudo, um todo que se desvenda nada!
Prossigo o meu andar e sinto sono. Preciso de dormir. De bater a cabeça com força contra a almofada e adormecer! Mas isso significaria a minha desistência, e já há muito que deixei de ser um cobarde. Pelo menos não a tempo inteiro.
Mas o agora já não me interessa e nem quero pensar nessa luz ao fundo que se veste de futuro. Não vou traçar mais planos a longo prazo. Contas poupanças que não acumulam juros. Não posso continuar a investir quando não obtenho lucro. E como me sinto na banca rota. Sinto que comprei as acções erradas!
Assim me encontro em mim. A enfraquecer, a tentar não dar a perceber, a buscar euforia quando apenas tenho a tal brisa vazia. Bato-me no rosto! Tento agir. E até me vejo a caminhar, a tentar poupar para investir novamente, mas acho que não tenho jeito para este tipo de negócios. Saiu sempre a perder!

1 comentário:

Anónimo disse...

“- Pois não, mas posso pô-las no banco.
- E isso quer dizer o quê?
- Quer dizer que pego num papelinho e escrevo o número das minhas estrelas. E depois guardo o papelinho numa gaveta e fecho-o à chave.
- E mais nada?
- Mais nada.”
(O Principezinho)
Os negócios cheiram a peúgas velhas