
Se há filmes que nos fazem pensar na vida,
O Estranho Caso de Benjamin Button é um deles. Nos primeiros minutos somos levados a um início já presenciado por quem viu
Titanic, uma senhora idosa à beira da morte que relembra o seu passado, mas desta vez tem consigo a sua filha que lhe vai lendo um diário, as memórias de
Benjamin Button.
Este é sem dúvida um filme que me surpreendeu pela positiva, e nem me importam se as criticas são positivas ou não, o caso é que este caso está nomeado para os Óscares de 2009, com 13 nomeações, e eu consigo entender perfeitamente a razão. Uma mistura muito bem construída e conseguida entre o drama e o cómico, em que num minuto sentimos pena pelo pobre destino de
Benjamin, como no minuto seguinte rimos com a eloquência da situação. Divertido e profundo posso dizer.
E há já muito tempo que não vertia uma lágrima por causa de um filme, e este consegui-o sem problemas. Por uma vez sustive-as, mas no final, foi inevitável, esta história envolve-nos sem nos apercebermos e quando damos por nós, já não há volta a dar.
A história é tão simples, quanto a utopia de o tempo andar para trás. Todos nós já pensamos como seria se o processo de crescimento humano fosse ao contrário, e se quando nascêssemos fossemos velhos e fossemos regredindo à medida que o tempo fosse caminhando. Pois bem,
Benjamin nasceu assim mesmo, como uma criança idosa com problemas de saúde de uma pessoa de 80 anos. Se tivesse nascido num mundo em que todos tinham o mesmo destino, talvez não houvesse problema, mas não, neste mundo, o ponteiro dos segundos não caminha na direcção oposta…
É então motivo para dizer, deixem-se levar e riam, emocionem-se, sintam pena e tristeza, sintam alegria, sintam tudo aquilo que conseguirem. Esta pode não ser uma história totalmente inovadora, mas a forma como tudo se compõe, desde a fotografia à banda sonora, a acção e os cenários, o guarda-roupa e os sentimentos, tudo se encaixa como se uma nova grande peça de arte se tratasse. Porque no fundo este caso retrata mesmo isso, o caso da vida, o caso de que tudo tem um propósito, até mesmo quando não o conseguimos ver. Soberbo! E numa escala de 0 a 20… um merecido 19!