sábado, 11 de abril de 2009

Inconsciência Consciente


Respiro fundo. Abro os braços e sinto o vento correr contra mim. Fecho os olhos e o aroma da terra abraça-me pela primeira vez. À minha volta o som encantado do natural arrefece o meu ser e deixo-me ir como uma nota em uma nova melodia. Não sinto medo. Perco os receios. Simples e devoto à entrega consciente do inconsciente.
Sento-me defronte ao habitantes deste pequeno mundo e não tremo. Não gemo. Não emito sons. Em silêncio conto até ao infinito! Abro os olhos e percebo. Não há nada a temer.
A rocha outrora rija e precária, amolece para mim, tornando-se na carícia mais suave que algum dia senti. O tacto desperta-se revoltado por ser a primeira vez que é tratado assim, com delicadeza, com suavidade, com respeito. Inspiro fundo e hei-lo! O odor da primavera. O cheiro puro da natureza. O aroma arrojado e adocicado que jamais havia experimentado.
Encaro o dia e despojo-me de tudo o que um dia foi. A confusão ficou no trânsito da poluição. E sou resgatado por uma entidade que desconheço o nome, por uma força que não conheço o credo, por uma fé que me consola e fornece confiança. Não mais criança. Não mais ingénuo. Jamais idiota! Quebra-se a cegueira, encontra-se o refúgio do divino!
E como poeira cósmica aqui estou, novamente. Ancorado no oceano do inconsciente. Afogado nos mártires de outrora como um refém numa guerra de ninguém! Sinto a vibração desconhecida e as palavras ardilosas deixam de ser confusas ou baralhadas. Já encontrei a chave da porta que nunca quis abrir!

1 comentário:

Samuel Pimenta disse...

Noto aqui algum positivismo!!! estou a gostar de ver!!! Continua por esse caminho das palavras e dos sentidos! É como sonhar acordado...

;)