segunda-feira, 5 de maio de 2008

Caminhos...


Caminhos… Setas apontadas no chão que nos indicam por onde ir.
Caminhos… Trilhos traçados que nos iluminam por onde andar.
Caminhos! Seguimos assim, de mãos vazias, de braços por erguer, por vezes de ombros carregados.
Quando surgimos, talvez uma vez mais neste mundo, iniciamos o que se chama de caminho. Mesmo sem ainda sabermos gatinhar, começamos a caminhar. Um propósito, um objectivo, um destino. Sinónimos deste tal caminho.
Mesmo parados… caminhamos! Sentados num banco de jardim, que gira com a gravidade, com as sombras dos pássaros no nosso rosto… caminhamos! Os milhões de caminhos…
Uma estrada de alcatrão. Um carreirinho por entre ervas. Uma linha de comboio. Um trajecto picotado no ar, deixado pelas asas de um avião. Uma calçada portuguesa. Uma passadeira vermelha…! Nem sempre precisamos de ajuda para nos mostrarem o caminho. Por outras, cegamos.
Cansados. Estafados desta correria constante. Mas não paramos. Mesmo no inconsciente do nosso consciente, lá estamos nós a caminhar!
Por vezes perdemos o fio à meada, e já não sabemos em que rotunda sair, ou se estamos às voltas sem conseguir ver. Baralhados? Ou simplesmente à deriva? Constantemente neste trajecto feito caminho…
Deslocamentos que se vão cruzando e embatendo. Tracejados que se misturam como as linhas do metro. Hora de ponta na vida de alguém! Unimos esforços e caminhamos lado a lado para ser mais fácil, para não deixarmos a solidão abraçar o nosso passo.
Devagar, apressado, em câmara lenta, ou até mesmo em coma! Temos de suportar o ardor da velocidade e não colocar a carroça à frente dos bois! Esperar na fila… Cunhas? Quem não as usa para ter prioridade? E não adianta reclamar, faz parte do caminho… Prossigo descalço nesta terra de todos e de ninguém. Sinto a areia por entre os dedos, sorrio com o sol quente na cara. Caminho à beira mar á espera que a próxima onda me leve os meus problemas. Mas eles não desaparecem e vou até ás rochas! Pelo menos ali está o vento que me sopra e me tranquiliza momentaneamente!
E sonhamos, acordamos uma e outra vez. Sentimos e voamos para longe. Tocamos no abismo e levitamos! Caminhamos nos caminhos invisíveis onde nunca conseguimos parar de caminhar… E não é aí que reside a graça de tudo isto?

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