sexta-feira, 26 de junho de 2009

Quero não regressar!


Sinto-me morto!
Sinto-me morto numa inquietude assombrosa.
Sinto-me deslocado desta realidade suja.
Vejo no que me tornei e apesar do resultado ser num todo, surpreendente, o que tenho, magoa-me por ser um saco cheio de nada.
Quero fugir.
Fugir para longe de tudo e todos.
Correr para onde ninguém me conhece e onde as palavras não são repetidas e a esperança não me é mostrada diariamente.
Quero desistir! Mandar-me do primeiro penhasco que vir! Terminar de uma vez por todas com esta depressão desgraçada que não me larga, pegajosa.
Ninguém me conhece verdadeiramente. Todos se ofuscam com esta minha máscara fantástica de supra sumo da fortaleza. Ser indestrutível, cheio de garra, esperançoso, demasiado ridículo para ser verdade. Estou derrotado e cansado do mundo que está à minha volta, que me vê de olhos cegos! Desta família que passa por mim com um sorriso como se nada estivesse a acontecer!
Deixem-me ir.
Deixem-me estar.
Deixem-me!
Não quero mais nada. Cheguei ao final da estrada. Já não há nada que me faça voltar atrás. Já não há nada que valha a pena a minha permanência nesta angústia desesperante! Quero partir com a minha mala de mão e voltar nunca mais. Quero ir à aventura, descobrir novos lugares, novas que me façam desejar estar vivo.
Quero sair daqui.
Quero ir.
Quero não regressar!

1 comentário:

Anónimo disse...

Por mais que o desespero grite dentro da sua cabeça, não se deixe invadir pelo medo de ter medo. Deixe-se ir. Certamente haverá algo onde se agarrar e com o qual poderá construír um belo castelo. Não de areia, mas de cimento, para ser indestrutível, como acredito que seja!
Não desista, pelo menos, de continuar a escrever a sua dor, a sua mágoa, o que existe dentro de si e que brota como cascatas de água!