terça-feira, 19 de maio de 2009

Concertos...


Acordo atordoado. O zumbido parece que ainda penetra com violência o meu sentido auditivo. O corpo pesado como um peso morto por cima da cama, faz-me não querer levantar durante dias. A noite passada foi física e psicologicamente cansativa e agora falham-me as forças para encarar mais um dia. A voz para comunicar.
Com trabalho consigo finalmente sair e com pouca energia preparo-me. O dia está longe de me voltar a abraçar para dormir.
A luz do sol bate-me com força, como que a dizer-me, ânimo! Estás vivo! Sorrio pela janela do carro e percebo que por mais difícil que esteja a minha jornada neste momento, estou protegido porque ainda tenho muitos tesouros desembrulhados na mesa de cabeceira.
Sinto-me como se tivesse sido atropelado por um camião, mesmo nunca tendo sentido essa sensação. A cabeça treme a tentar manter-se erguida, a boca e os lábios secos pedem água constantemente. Preciso de um banho urgente, de comida quente e de me voltar a arranjar para sair. Em casa esperam-me.
Luzes brilhantes, vozes afinadas, músicas ensaiadas, trabalho de meses. Ontem, todos estiveram pelo mesmo. Trocaram-se desconhecimentos, gargalhadas, disparates, jogos, segredos, pessoas. Todos se deixaram envolver pela energia humana e pelo êxtase do furor. Um concerto é sem dúvida um dos mais maravilhosos momentos de que se pode fazer parte. E que venham mais assim. Mais letras na ponta da língua, mais o corpo deplorado em danças frenéticas, mais lágrimas de emoção, mais espectáculos!

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